TV 3.0 e evolução tecnológica marcam SET EXPO 2025
A visão dos CE0s das principais redes de comunicação brasileiras sobre o futuro da mídia marcou a abertura do SET EXPO 2025, na terça-feira (19), no Centro de Convenções Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).
O presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, o diretor geral, Cristiano Lobato Flôres, presidentes de associações estaduais, parlamentares, representantes do Ministério das Comunicações (MCom), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Agência Nacional do Cinema (Ancine) prestigiaram a cerimônia.
De acordo com Daniela Abravanel Beiruty (SBT), Paulo Marinho (Globo), Cláudio Luiz Giordani (Band) e Marcus Vinícius (Record), a TV aberta continua em evolução e a chegada da TV 3.0 é uma oportunidade que fortalece o pioneirismo da radiodifusão. A mediação foi feita pelo colunista de Mídia do Valor, Guilherme Ravache.
Os executivos defenderam ainda a concessão de uma linha de crédito especial para a troca de antenas e transmissores que as emissoras precisarão para fazer a migração para a TV 3.0.
Em discurso, o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, garantiu que o decreto que regulamenta a TV 3.0 será assinado na próxima quarta-feira, 27 de agosto.
ABERT dá início às celebrações dos 75 anos da TV
Durante os três dias de exposição, centenas de participantes visitaram o local, onde conheceram peças raras, registros fotográficos, vídeos e objetos de várias décadas que fazem parte do acervo do Centro de Estudos e Memória da ABERT sobre a TV Aberta e do Museu Brasileiro de Rádio e Televisão (MBRTV). Na visitação, o público embarcou em uma viagem pela história da televisão, conhecendo cenários e artistas que marcaram gerações, desde a era pioneira da TV Tupi até os mais recentes avanços da TV 3.0.
O espaço trouxe ainda memórias afetivas. O engenheiro Otavio Fernandes Moreira se emocionou ao ver a primeira câmera usada por ele, uma RCA TK-46, em 1986, quando trabalhava no programa “Perdidos na Noite”, da TV Bandeirantes.
Daniel Abravanel, conselheiro da ABERT e sobrinho do comunicador Silvio Santos, fez questão de tirar uma foto ao lado do microfone que o tio usava nos programas de auditório que apresentava aos domingos, de 1962 a 2014. O adereço foi dos mais fotografados pelos visitantes.
“Este é um ano muito importante para a TV aberta brasileira, em constante evolução. Ao completar 75 anos, a TV reforça mais uma vez sua importância, levando informação com credibilidade, serviços e entretenimento gratuitos, agora com um novo padrão de qualidade que a TV 3.0 oferece”, afirma o presidente da ABERT, Flávio Lara Resende.
“Demos a largada para as comemorações dos 75 anos da TV aqui no SET EXPO, contando um pouco de sua história, e estamos programando uma série de ações que mostram que a nossa TV é aberta ao novo, ao jornalismo, ao entretenimento e, sobretudo, à inovação”, pontua o diretor geral da ABERT, Cristiano Lobato Flores.
O futuro da TV no Brasil é debatido em painel do
SET EXPO
Ao longo da semana, profissionais, executivos, especialistas e empresas de toda a cadeia produtiva do audiovisual e da radiodifusão se reuniram em painéis sobre inovação, transformação digital e tendências que moldam o futuro da mídia e do entretenimento, durante o SET EXPO 2025.
Na terça-feira (19), o futuro da TV no Brasil foi tema de painel que contou com a participação do presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, de representantes do setor, do MCom e da Anatel.
“Será um desafio, mas temos a convicção que a TV 3.0 é determinante para que a TV aberta se mantenha competitiva, relevante e forte. Essa nova geração criará um ecossistema capaz de enriquecer de forma inédita a experiência do telespectador e inserir, definitivamente, a TV aberta na economia digital”, afirmou Lara Resende.
O presidente da ABERT defendeu ainda a concessão de uma linha especial de financiamento para auxiliar as emissoras nessa transição. De acordo com Lara Resende, o projeto de TV digital 3.0 deve consumir gastos de R$ 9 bilhões a R$ 11 bilhões, valor que deverá ser investido, ao longo de 15 anos, na troca de torres, antenas, equipamentos de produção e softwares.
Painel debate regulação de plataformas digitais e IA
Os desafios e oportunidades na Era Digital reuniram, na terça-feira (19), Andreia Saad (Globo), Diogo Cortiz (NIC.br/ PUC-SP) e Marina Pita (diretora de Promoção de Liberdade de Expressão da Secretaria de Políticas Digitais / SECOM-PR) em painel sobre a regulação de plataformas de internet e IA, que contou com a mediação do diretor de Assuntos Legais e Regulatórios da ABERT, Rodolfo Salema. Os palestrantes chamaram a atenção para o cuidado no uso da IA, em questões como direitos autorais e privacidade, por exemplo.
“A Globo tem histórico de pioneirismo no uso responsável dos recursos de tecnologia, e com a IA não tem sido diferente. A base do jornalismo é a credibilidade”, afirmou Saad.
Segundo Cortiz, nas contribuições apresentadas pelas big techs sobre a regulação nos EUA, um ponto muito debatido é a questão dos direitos autorais.
“A demora para regular pode criar distorções difíceis de serem corrigidas, por motivos políticos e econômicos”, pontuou.
Já Marina Pita confirmou que o governo vai enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional sobre serviços digitais, com o objetivo de proteger direitos e a sustentabilidade do ambiente digital.
Em outro painel, na quarta-feira (20), Salema debateu os desafios da agenda da radiodifusão para os próximos meses. Um balanço das ações do período 2024/2025 foi apresentado pelo diretor do Departamento de Inovação, Regulamentação e Fiscalização do MCom, Tawfic Awwad Junior. Entre os desafios, está a regulamentação que será feita após a publicação do decreto da TV 3.0.
De acordo com Tawfic, o MCom está em tratativas com a equipe econômica e instituições financeiras para garantir os recursos necessários para o financiamento da TV 3.0.
Salema destacou vitórias importantes da agenda, e reforçou o pedido ao MCom e à Anatel de participação do setor na construção da regulamentação. Ele também ressaltou que a ABERT está atuando junto ao BNDES e a outros órgãos para o acesso a fontes de financiamento e fomento para as emissoras de TV.
“Temos plena ciência das diferentes realidades das emissoras pelo Brasil, e sabemos da necessidade de recursos para implementação da nova geração de televisão”, afirmou.
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