Folha de São Paulo
Cotidiano - Imprensa
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Houve confusão envolvendo manifestantes, cinegrafistas e jornalistas ontem na hora do depoimento do tatuador Fábio Raposo na 17ª DP, na zona norte do Rio.
Três manifestantes foram à delegacia saber informações do caso. Segundo um deles, nesse momento, foram hostilizados por cinegrafistas.
"Começaram a chamar a gente de assassinos, black blocs e covardes. Como não somos isso, e no calor do momento, sem pensar, os chamei de mídia carniceira'", afirmou Elisa Quadros, conhecida como Sininho.
Um dos manifestantes que acompanhava Sininho, identificado como Yan Carrazoni de Mattos, 19, apontou para o cinegrafista da TV Bandeirantes Leandro Luna e disse: "Você será o próximo", em referência ao que ocorreu na última quinta-feira com o cinegrafista Santiago Andrade.
Segundo Mattos, Luna reagiu e bateu com a câmera na sua cabeça, fazendo um corte superficial de cerca de cinco centímetros.
Na delegacia, os dois prestaram depoimento. Foi registrado um termo circunstanciado no qual o manifestante constou como suspeito de ameaça e o cinegrafista, como suspeito de agressão.
Ambos resolveram não dar seguimento à representação, e o caso deve ser arquivado.
Luna saiu sem dar entrevista. A repórter da TV Record Carolina Novaes disse que presenciou o momento da ameaça e classificou os manifestantes de "covardes".
Devido à confusão, o delegado Maurício Silva interompeu mais cedo as negociações para uma possível delação premiada de Fábio Raposo.