Em seu perfil no Facebook, a jornalista escreveu um relato da agressão. Ela começou pedindo aos amigos que não se preocupassem, dizendo que estava bem. No entanto, Tatiana afirmou que “a violência nessas manifestações está ganhando um contorno absurdo”.
A repórter conta que ela e um fotógrafo que não conhecia estavam na lateral da operação de varredura do Choque no meio da Raposo Tavares. Os dois gritavam avisando que eram da imprensa, no entanto, os policiais agiram mesmo assim. “O PM mirou na minha cara”, escreveu.
Uma das balas passou raspando pela cabeça da jornalista, outra passou no braço e a acertou nas costelas. Tatiana ainda foi agredida por um cassetete e teve que se esconder debaixo de um carro estacionado próximo ao local com outras mulheres. “Os PMs atiravam sem parar, mas acho que o carro protegeu a todas”, disse.
“Depois, ficamos ilhadas ali, onde tinha sido o epicentro do conflito”, conta a repórter, que acrescenta que, quando o Choque voltou, ela tentou pedir ajuda, mas teve que correr para o mato e, com mais três moças, ficando “escondidas como bandidas”.
“O Estado não ofereceu ajuda”, afirmou. “Eu tenho mais de 20 anos de jornalismo. Cubro política, nacional, direitos humanos. Sou repórter. Só sei isso na vida: ver, observar, ouvir, escrever, tentar compreender o que vejo, tentar mostrar o que vejo. Não tenho o couro mais fino nem mais grosso do que ninguém que saiu dali apanhado, machucado e humilhado, seja a pessoa repórter, manifestante, passante. Mas quero dizer que são tempos tristes”, finalizou.
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