Folha de São Paulo
Notícias| 27/11/13
O repórter da Folha Daniel Vasques foi agredido nesta quarta-feira por um grupo que acompanhava o ex-presidente Andres Sanchez, quando cobria o acidente no Itaquerão.
Ele tentava tirar fotos do caminhão esmagado e de um corpo preso que era retirado das ferragens em razão do desabamento da parte de uma cobertura quando foi expulso por funcionários do Corinthians e da Odebrecht e xingado pelo ex-presidente.
Os funcionários seguiram o jornalista no terreno da obra, tentando retirar o seu celular à força. Ameaçaram agredi-lo e quebrar seu telefone.
Já longe do local do acidente, ele foi cercado pelo grupo, sem a presença de bombeiros ou policiais. Os funcionários começaram a empurrá-lo e a dar socos na sua perna, na altura em que o celular estava guardado.
Andres, que havia ficado perto do caminhão, juntou-se em seguida ao grupo. As agressões persistiram de todos os lados.
Operários da Odebrecht que trabalham na obra intervieram para defender o jornalista e quase foram agredidos também.
Um policial militar chegou ao local e disse que o repórter teria de apagar todas as imagens.
Sob xingamentos e ameaças do grupo, o jornalista apagou fotos e vídeos de apenas um dos dois celulares que ele levava consigo, já que o grupo ignorava que ele portava dois celulares.
Em seguida, o jornalista foi expulso da área próxima ao canteiro de obras.
O Corinthians emitiu uma nota oficial (veja abaixo) lamentando o ocorrido. Em entrevista coletiva, Andres confirmou ter xingado o repórter, mas negou ter participado da agressão. "Eu não encostei nele em momento nenhum."
Segundo Andres, o repórter invadiu uma área restrita, delimitada pelos bombeiros e policiais. "Ele mentiu, dizendo que era funcionário da Odebrecht para ter acesso ao local e foi retirado. Eu não encostei nele em momento algum. Não houve agressão e tenho testemunhas dos policiais e funcionários de que isso não aconteceu."
O repórter diz que mostrou ao grupo o crachá que o identifica como repórter da Folha e que em nenhum momento afirmou que era funcionário da Odebrecht.
Reitera que, quando foi cercado pelo grupo, foi em um local do terreno onde não havia presença de policiais e bombeiros.