Ligar uma caixinha de metal, sintonizar um simples botão e poder ouvir o mundo. Saber das notícias, acompanhar a previsão do tempo, o trânsito, as cotações, torcer nas partidas de futebol, tornar a ida para o trabalho mais informativa ou mesmo mais musical.
É difícil imaginar nosso dia-a-dia sem o rádio. Esse veículo de comunicação, inventado na Itália, no início do século 20, evoluiu, modernizou-se e faz parte das nossas vidas. Para muitos brasileiros o rádio ainda é o que há de mais próximo do “tempo real” da internet, que permite acesso á informação rápida e confiável. Para mim, foi o começo de uma história profissional repleta de boas recordações e muitas amizades.
No último dia 25 de setembro comemoramos o Dia do Rádio e da Radiodifusão. Volto alguns anos no tempo e me recordo da paixão pelas transmissões de futebol, ainda adolescente, que me fizeram sonhar com a carreira de locutor, antes mesmo de cursar a faculdade de jornalismo. As narrações esportivas me levaram a muitos lugares e me proporcionaram conviver com grandes profissionais do radialismo. Um aprendizado na prática, que só fortaleceu o que eu viria a aprender anos mais tarde, nos bancos da universidade.
Como deputado federal e membro da Comissão de Desenvolvimento Econômico, tive a oportunidade de ser escolhido relator de um projeto que considero de grande utilidade para todos os brasileiros. Refiro-me ao projeto de lei, do deputado paranaense Sandro Alex, que obriga as empresas fabricantes a disponibilizar a recepção de rádio FM em todos os aparelhos celulares. Assim, os usuários poderão ter acesso às emissoras sem consumir o pacote de dados do telefone, um custo que impedia que as pessoas menos privilegiadas economicamente do serviço de rádio no celular.
O apelo para que o projeto seja aprovado, na Comissão, ainda nesta semana, é grande. Estamos contando com o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Rádio e TV (Abert), que chegou a lançar a campanha “Smart é ter rádio de graça no celular”. É pela rádio que o cidadão sabe das prestações de serviço público nos seus bairros, dentre várias outras informações importantes. Além disso, o serviço de rádio é o principal instrumento de aviso público no caso de emergências, mitigando os transtornos causados pelo trânsito, deslizamentos, enchentes, acidentes e nos casos de desastres naturais, quando os demais serviços de telecomunicações podem ser interrompidos.
As ondas do rádio foram a porta de entrada para a carreira que iniciei no telejornalismo e, mesmo com o advento da televisão e da internet, é impossível deixar de dar ao rádio os créditos mais que merecidos pela sua importância na história da comunicação de massa. Parabéns aos colegas radialistas e vida longa ao rádio!
Amaro Neto
Jornalista, radialista, apresentador de TV e deputado federal