O Povo - Fortaleza
    Opinião - ABERT

    O Relatório sobre Liberdade de Imprensa da Abert registrou 173 casos, entre assassinatos, censura e condenações

    O mundo parou diante do golpe mortal à liberdade de expressão do Charlie Hebdo. Veio à tona o debate sobre os limites e riscos da liberdade de imprensa e de expressão. No Brasil, o tema é tratado de forma particular pela Constituição de 88. Depois de longa repressão, descobriu-se que a democracia não existe sem liberdade de expressão.

    O Globo
    Opinião - A Voz do Brasil


    BRUNO FILIPPO Bruno Filippo é jornalista e sociólogo

    Programa de rádio é mais ouvido nas grandes cidades do que no interior

    “A voz do Brasil” foi veiculada pela primeira vez em 22 de julho de 1935. É lugar- comum afirmar que, nestas oito décadas, muita coisa mudou no Brasil. Mas a tentação de dizê-lo é irresistível porque a obrigatoriedade de transmissão de “A voz do Brasil”, não obstante as mudanças, permanece desde 1938. Deputados federais e senadores da atual legislatura, que se encerra em fevereiro, desperdiçaram chance única de fazer história e mostrar consonância com a realidade do país, ao obstruir a votação do projeto de lei de conversão da medida provisória que dava às emissoras de rádio liberdade de veicular o programa em outros horários.

    Em junho, a presidente Dilma Roussef editou a Medida Provisória 648, que flexibilizava a transmissão do programa durante o período da Copa do Mundo. No Congresso, a comissão mista aprovou- lhe o texto com uma diferença significativa em relação ao original: a flexibilização não se restringiria à Copa, seria permanente, de modo que as emissoras, exceto as educativas, poderiam transmitir “A voz do Brasil” entre 19h e 22h. Era necessário que o plenário da Câmara e do Senado o aprovasse.

    O principal argumento oposto à mudança reside no processo civilizador do programa. Por constituir-se no único meio de acesso à informação de comunidades que vivem em lugares remotos, “A voz do Brasil” não poderia ter horário alterado sem que houvesse danos à sociedade. No entanto, como país de dimensões continentais, o Brasil precisa incorporar as diferenças regionais às suas políticas públicas. Igualar o motorista preso no trânsito das grandes metrópoles ao morador de uma região longínqua, tratando- os como igualmente necessitados de informação oficial às sete da noite, é revelar uma posição mecanicista e autoritária do Brasil — a mesma que norteou a criação do programa. Há estados em que, pela diferença de fuso horário, sete da noite são, na verdade, cinco da tarde!

    Ademais, os dados desfazem alguns mitos. Pesquisa do Ibope realizada em julho de 2013 revelou que “A voz do Brasil” é mais ouvido não no interior, mas nas grandes cidades : Grande São Paulo ( 9,4%), Porto Alegre ( 9%) e Belo Horizonte ( 7,9%). No fim de dezembro, a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, confirmou a verdade que todos já sabíamos: a maioria dos brasileiros ( 63%) não ouve “A voz do Brasil”. E 16% o ouvem somente uma vez por semana ou menos. Apenas 3% disseram ouvilo todos os dias da semana.

    Sua flexibilização, para além de reconhecer as diferentes dinâmicas sociais, melhoraria a saúde financeira das emissoras de rádio, pois lhes permitiria veicular anúncios publicitários no horário do rush, quando as pessoas estão retornando do trabalho. Não se trata de enfraquecer “A voz do Brasil”, nem de eliminá- la — mas de adaptá- la às muitas realidades brasileiras.

    Você se lembra dos rádios transistorizados? Do tipo que se encaixavam em um bolso da camisa e funcionavam com uma bateria de 9 volts? Não, eles não são obsoletos. Você pode ter usado um deles, hoje, para fazer uma chamada de telefone.

    *Por José de Almeida Castro

    Faltam poucos dias para um novo ano. Caminhamos pelas ruas de São Paulo, cidade que  tem o décimo maior PIB do mundo e onde os avanços tecnológicos se sucedem com incrível rapidez, quase a cada dia.  

    Folha de São Paulo
    Opinião - Eleições


    Editoriais
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    TSE muda entendimento sobre propaganda eleitoral, pondo em risco a liberdade de expressão e trazendo insegurança à disputa


    Por José de Almeida Castro*

    Em que velocidade e com que intensidade, as novidades  tecnológicas ameaçam a sobrevivência de meios ou veículos de comunicação já existentes?  Em geral, até mesmo há pouco tempo, o lançamento de novos modelos de algo já existente ou a invenção de uma novidade demorava  décadas para se consolidar.  

    Por José de Almeida Castro *

    O telefone toca. Uma doce e amiga voz me pergunta: quem nasceu primeiro, o rádio ou você?

    Estranho a indagação. Paro, penso um átimo e concluo relatando os fatos.  Ali no largo de São Miguel, no início da Rua da Poeira,  bem no comecinho da Baixa dos Sapateiros, em casa soteropolitana, como de época, a parteira “aliviou”  dona Elzira, em 30 de junho de 1922. 

    Observatório da Imprensa
    Artigos - Censura

    A marca que fica e dói
    Por Gisele Vitória

    Como costumam lembrar os meus sacerdotes do jornalismo, a censura nasceu antes da imprensa no Brasil. O primeiro jornal do país, o mensário Correio Braziliense, de Hipólito da Costa, era impresso de Londres. Vetado pela Corte Portuguesa em 1809, tinha que ser contrabandeado por seus leitores brasileiros. Chegava escondido nos navios. Hipólito, que foi preso pela Inquisição e depois exilou-se na Inglaterra, é considerado o fundador da imprensa livre no Brasil e também o primeiro jornalista censurado.

    Hoje, Hipólito da Costa é nome de uma rua na Tijuca, bairro da zona norte carioca, e muito pouco lembrado. Tive a chance de saber mais sobre esse brasileiro valente por causa de Alberto Dines. Em suas aulas no curso de pós-graduação em Jornalismo e Direção Editorial na ESPM, do qual fui aluna em 2011, Dines narrava a epopeia deste editor como alguém de alma indomável, um ancestral do jornalista multimídia. Mas também como um protagonista de uma relação ambígua com D. João VI, que o censurava por um lado e o financiava por outro. Os 175 números do Correio circularam até 1822. Um ano depois, Hipólito morreu, assim como o primeiro jornal brasileiro.

    Esses primórdios talvez ajudem a explicar um pouco do velho hábito, da alma e especialmente do desejo de censura que ainda hoje assombra o país e continua ameaçar a liberdade de imprensa. O artigo “O desejo de censura“, de Eugênio Bucci, também professor do mesmo curso, elucida isso. Publicado em 2011, no caderno especial “Dois anos de mordaça” de O Estado de S.Paulo, o artigo recebeu o prêmio “Excelência Jornalística 2011” da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em agosto de 2012.

    Escrito na época em que o Estadão era vítima da censura judicial no caso Fernando Sarney, o texto nos aplaca um sentimento sombrio. Alivia uma espécie de angústia que brota enquanto a mente tenta entender: como a censura judicial ainda pode acontecer no Brasil do século 21? “Esse gosto pela censura instaura um curto-circuito na teia de valores da cultura política de uma sociedade que se pretende democrática”, escreveu Bucci. “O apego ao veto como atalho para o conforto não faz sentido na democracia. Ele na verdade impede que a democracia produza sentidos.”

    Direito constitucional

    Na tarde de quarta-feira (17/9), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, cassou a liminar deferida por uma juíza de Fortaleza a pedido do governador do Ceará Cid Gomes, que suspendia a circulação da edição da revista IstoÉ na noite de sexta-feira (12/9). A reportagem de capa, assinada por Mario Simas Filho (diretor de redação de IstoÉ), Sergio Pardellas e Josie Jerônimo, relacionava o governador ao escândalo da Petrobras.

    Dias antes do desfecho em defesa da liberdade, a sirene da indignação tocou alto. O alerta ecoou nas organizações internacionais e associações de imprensa. SIP, ABI, ANER E ANJ emitiram comunicados. O assunto foi notícia no Jornal Nacional. Diretores dos jornais O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo se solidarizaram e repudiaram o ato.

    Com o fim da censura imposta pela juíza Maria Marleide Maciel Queiroz, da 3a Vara de Família de Fortaleza, a revista voltou a circular em todo o país. A matéria em sua versão eletrônica logo retornou ao ar. A liberdade de expressão saiu vitoriosa. Mas a marca da censura fica e dói.

    Dói porque fere. Fere porque atinge e sangra o coração daquilo que um jornalista mais estima e que uma democracia prescinde: a liberdade de contar uma história e fazê-la chegar ao leitor. Não participei da reportagem que motivou o governador Cid Gomes a pedir o recolhimento de IstoÉ das bancas, ato determinado pela liminar da juíza Maria Marleide. No entanto, me senti igualmente censurada, assim como dezenas de jornalistas que, de alguma forma, participaram daquela edição retirada das bancas e da web. Sou colunista de IstoÉ, portanto minha coluna daquela semana também foi impedida pela Justiça de ser lida. No fundo, a principal vítima da censura judicial não é o jornalista nem o veículo de comunicação, mas a pessoa que está sendo privada de ler. O crime é contra a sociedade que não teve acesso àquela leitura.

    A marca da censura deixa uma cicatriz feia. A marca fica e dói também porque a gente sabe que ela voltará a marcar. Sendo a censura judicial, é ainda mais dolorosa. Passamos a vida a achar, desde criança, que os juízes são justos. E, de repente, levamos um susto. A onda endêmica que já censurou judicialmente os jornais O Estado de S.Paulo, Zero Hora (RS), O Povo (CE) e A Tarde (BA) e agora IstoÉ precisa acabar. Mas no horizonte do oceano de onde vem esta onda, a gente não avista mansidão.

    Decisões de certos juízes pela censura – como se o ato de mandar recolher uma revista não tivesse este nome – coincidem com o pensamento naturalmente censor ao qual nos esbarramos com alguma frequência. Seja por convicção ou por distração, o fato é que esse hábito censor tem raízes culturais por aqui. Já vi pessoas tomarem sustos e caírem em si, quando confrontadas. O pensamento censor entranhado na nossa cultura leva a um tipo de desconhecimento que nos constrange. Prefiro gastar tempo, num trabalho formiguinha, explicando, relacionando fatos, histórias, lembrando os horrores que o Brasil já viveu em 21 anos de ditadura e censura. Não porque precisemos justificar o que já é nosso papel e nosso direito constitucional. Mas porque mudar alguém, uma pessoa que seja, é um começo para mudar mentalidades. Mais do que mudanças na conduta dos juízes e da Justiça, são mentalidades enraizadas no país que precisam mudar. Enquanto isso não muda, a marca fica. E dói.

    ***

    Gisele Vitória é jornalista, diretora de núcleo das revistas IstoÉ Gente, Menu e IstoÉ Platinum, publicadas pela Editora Três, e colunista da revista IstoÉ

    Folha de São Paulo
    Opinião - Imprensa

    Editoriais
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    Sob as ditaduras que comandaram a América Latina no século 20, foram vários os casos de empastelamento de jornais críticos ao regime de plantão. A truculência física contra a imprensa ficou no passado, mas, no presente, governos da escola bolivariana abusam do poder econômico e político para alcançar objetivos parecidos.

    Portal Nacional de Seguros
    Demais - Rádio


    AGO 19 2014

    Fonte/Autor.: Verônica Pacheco

    A AM ainda é responsável por informar muitas pessoas que moram em lugares de difícil acesso

    Muitas pessoas não entendem a diferença da rádio AM para a FM e, muito por isso, consideram que a AM é algo ultrapassado e que não possui audiência mais jovem. Erro dessas pessoas.

    Só no Brasil existem quase duas mil estações que usam transmissão AM, ou seja, exibem programas que podem ser ouvidos por milhões de ouvintes nos grandes centros, nos centros distantes e em locais de difícil acesso, afinal as ondas AM têm um bom raio de alcance, chegando a lugares em que a transmissão de TV e a do rádio FM, por exemplo, não chegam.

    Isso acontece porque a rádio FM, "Frequencia Modulada", possui uma menor interferência de ondas, mas, ao mesmo tempo, seu alcance é muito menor do que as da rádio AM – é só fazer um teste. Quando você viaja de carro e passa por uma serra, por exemplo, a Rádio FM começa a sofrer interferência, chiados, e para de tocar. Isso não acontece com a Rádio AM. A Rádio AM, "Amplitude Modulada”, permite que um emissor de potência relativamente baixa, atinja longas distância, - e isso tudo têm uma explicação da física.

    Ainda nos dias de hoje, mesmo com toda a tecnologia existente, o rádio continua chegando a locais que a televisão não alcança. Muitas pessoas nem imaginam o que é um controle remoto – mas possuem um radio de pilha e acompanham por ele as principais notícias da região e do mundo.

    Porém, diferentemente do que muitas pessoas pensam, a programação da Rádio AM não se limita a notícias. “Não é porque as pessoas escutam AM que elas querem uma programação limitada. Nós, da Rádio Mais, tentamos fazer o possível para deixar a nossa grade atrativa”, comenta Carol Chab, apresentadora do programa “Manhã da Mais”, na Rádio Mais AM 1120, de São José dos Pinhais, PR.

    O programa apresentado por Carol é um exemplo de programa que não é ouvido apenas por pessoas que não possuem TV, por exemplo. “Acho que muito disso acontece porque trago um programa com entretenimento, receitas, músicas, entrevistas com médicos e demais especialistas, uma grande interatividade com o público – o quadro ‘Conte sua História’, por exemplo, - dicas para se alimentar bem, horóscopo, benção da água, e, é claro, as principais notícias locais”, explica a radialista.

    “Hoje, quando ouço alguém contando sobre a sua vida e seus problemas por meio da Rádio AM, independente do lugar em que a pessoa esteja, desde lugares longínquos até os grandes centros urbanos, concluo que o Rádio AM ainda faz parte da grande mídia e é um dos grandes veículos nacionais – e fazer parte disso, diariamente, é ainda mais satisfatório” ressalta.

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      Telefone: 08009402104

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